Kika e Miguel finalmente chegaram à casa desta.
Suspiraram os dois ao mesmo tempo, antes de Kika tocar à porta. Miguel agarrou na mão dela, ficando assim com os dedos entrelaçados.
Como era de prever foi a empregada a abrir a porta.
Fez um cumprimento aos dois e depois disse que a mãe de Kika se encontrava na sala à espera.
Kika – Olá mãe, como vai? – Disse muito secamente.
Mãe – Olá Frederica. – Deu-lhe um beijo isolado no lado esquerdo da face. Nunca dava mais do que um beijo.
Afastou-se de Kika e estendeu a mão a Miguel com um olhar altivo. Esperava que Miguel lhe fosse beijar a mão, mas ficou surpreendida, pois Miguel acabou por lhe dar um aperto de mão.
Já começámos bem. – Pensou para si Miguel. – Tem calma rapaz, que isto não vai ser fácil.
Lisa entrou no carro e manteve-se calada todo o caminho.
Dirigiram-se para casa de Lisa. Lisa abriu a porta e mandou-o entrar.
Lisa – Vamos para a sala. Por aqui.
Simão seguiu-a.
Simão – Tens a certeza que não há problema?
Lisa – Sim tenho.
Simão sentou-se no sofá grande, na esperança que Lisa se sentasse a seu lado, mas ela não o fez sentou-se no sofá mais pequeno de frente para ele.
Tinham decorrido alguns minutos.
Simão manteve-se a olhar para o chão, uma vez mais a tentar conter as lágrimas.
Simão finalmente começou a falar … falou, falou, falou…
Lisa estava perdida nos seus pensamentos …
Ela não precisava de mais explicações, percebeu por tudo o que Simão tinha passado e não conseguiu evitar um aceno de compaixão por ele.
Simão – Sei que nada do que te diga agora, vai alterar o que te fiz esta tarde, mas sinceramente não queria que a nossa relação terminasse numa zanga. – Pressionou os dedos contra os olhos. – É que me pareceu tudo tão repentino, percebes? Não estava preparado para aquilo que me disseste. Para o que vi no funeral da minha mãe, do aspecto dela, o cheiro que deitava…
Levou as mãos à cara.
Simão – Só precisava de falar com alguém…
- Caramba!!! Era difícil as coisas terem sido piores contigo. – Pensou Lisa. Acabou por forçar um sorriso na sua direcção.
Simão prosseguiu a conversa solta durante pelo menos umas três horas, soltando de um tema para outro: ora falava nas recordações da mãe, ora falava da sua visita ao hospital, de como se tinha sentido a última vez que tocou na mão da mãe. Lisa escutava sem dizer quase nada. Lisa tinha por diversas vezes ido buscar cerveja para ele beber e quando reparou na mesa já ele tinha bebido pelo menos cinco. A certa altura a cerveja e a exaustão emocional tinham feito estragos. Começou a repetir-se e as palavras começaram a sair arrastadas. Assim que voltou da cozinha onde fora buscar um copo de água para si, encontrou-o a dormir.
- E agora?! – Pensou Lisa. – Simão, estás acordado? - Abanou-o para ver se ele acordava.
Mas nada aconteceu. Tentou novamente momentos depois mas o resultado foi o mesmo. Acabou por decidir que o melhor era deixá-lo ali a dormir. Subiu para o seu quarto, entrou e fechou a porta à chave.
Depois ligou para Pedro a dizer que ia passar a noite com Pipa.
Quando desligou sentiu-se a pior pessoa do mundo por lhe estar a mentir…
Sentou-se na cama e começou a chorar.
Nem queria imaginar a reacção do Pedro quando soubesse!
Assim que Carlota saiu, Mia estava a tremer.
Deixou-se cair sobre o sofá que estava ao canto do quarto.
E se ela estivesse a dizer a verdade? – Não, não pode ser, o meu pai não era capaz de uma atitude destas! Mas?! E se fosse verdade?! Eu não acredito! Só pode ser mais uma mentira dela! Ela era capaz disso e de muito mais! - Pensava sem parar.
Mia tentava convencer-se a si mesma, mas a dúvida persistia na sua cabeça.
Manuel mexeu-se na cama.
Mia levantou-se e aproximou-se dele.
Mia – Precisas de ajuda meu amor? – Disse muito baixinho.
Manuel abriu ligeiramente os olhos. – És tu Mia?
Mia – Sim, sou eu. Sorriu para ele e deu-lhe um beijo ternurento na cara.
Manuel – Por momentos pensei que fosses um sonho. Eu estava a sonhar contigo…
Mia fê-lo calar. – Shiu!!! Não te podes cansar.
Manuel – Deita-te a meu lado.
Mia ficou com um sorriso de orelha a orelha.
Parecia que a felicidade a estava a invadir por todos os lados.
Estava com saudades dos momentos que passavam juntos… com saudades do amor intenso e único que sentiam um pelo outro… saudades do seu primeiro beijo e também do último…
Olhou para ele. Reparou que ele já queria fechar os olhos novamente.
Como ele lhe pediu deitou-se a seu lado. Manuel acabou mesmo por adormecer.
Mia levantou-se ligeiramente e no seu ouvido murmurou: Amo-te muito. Olhou para Manuel e ele sorria envergonhado. Voltou a deitar-se. Colou o seu nariz ao dele. Fazia-lhe festinhas no seu cabelo, sem nunca parar.
E foi assim que acabou por adormecer a seu lado…
Continua
Suspiraram os dois ao mesmo tempo, antes de Kika tocar à porta. Miguel agarrou na mão dela, ficando assim com os dedos entrelaçados.
Como era de prever foi a empregada a abrir a porta.
Fez um cumprimento aos dois e depois disse que a mãe de Kika se encontrava na sala à espera.
Kika – Olá mãe, como vai? – Disse muito secamente.
Mãe – Olá Frederica. – Deu-lhe um beijo isolado no lado esquerdo da face. Nunca dava mais do que um beijo.
Afastou-se de Kika e estendeu a mão a Miguel com um olhar altivo. Esperava que Miguel lhe fosse beijar a mão, mas ficou surpreendida, pois Miguel acabou por lhe dar um aperto de mão.
Já começámos bem. – Pensou para si Miguel. – Tem calma rapaz, que isto não vai ser fácil.
Lisa entrou no carro e manteve-se calada todo o caminho.
Dirigiram-se para casa de Lisa. Lisa abriu a porta e mandou-o entrar.
Lisa – Vamos para a sala. Por aqui.
Simão seguiu-a.
Simão – Tens a certeza que não há problema?
Lisa – Sim tenho.
Simão sentou-se no sofá grande, na esperança que Lisa se sentasse a seu lado, mas ela não o fez sentou-se no sofá mais pequeno de frente para ele.
Tinham decorrido alguns minutos.
Simão manteve-se a olhar para o chão, uma vez mais a tentar conter as lágrimas.
Simão finalmente começou a falar … falou, falou, falou…
Lisa estava perdida nos seus pensamentos …
Ela não precisava de mais explicações, percebeu por tudo o que Simão tinha passado e não conseguiu evitar um aceno de compaixão por ele.
Simão – Sei que nada do que te diga agora, vai alterar o que te fiz esta tarde, mas sinceramente não queria que a nossa relação terminasse numa zanga. – Pressionou os dedos contra os olhos. – É que me pareceu tudo tão repentino, percebes? Não estava preparado para aquilo que me disseste. Para o que vi no funeral da minha mãe, do aspecto dela, o cheiro que deitava…
Levou as mãos à cara.
Simão – Só precisava de falar com alguém…
- Caramba!!! Era difícil as coisas terem sido piores contigo. – Pensou Lisa. Acabou por forçar um sorriso na sua direcção.
Simão prosseguiu a conversa solta durante pelo menos umas três horas, soltando de um tema para outro: ora falava nas recordações da mãe, ora falava da sua visita ao hospital, de como se tinha sentido a última vez que tocou na mão da mãe. Lisa escutava sem dizer quase nada. Lisa tinha por diversas vezes ido buscar cerveja para ele beber e quando reparou na mesa já ele tinha bebido pelo menos cinco. A certa altura a cerveja e a exaustão emocional tinham feito estragos. Começou a repetir-se e as palavras começaram a sair arrastadas. Assim que voltou da cozinha onde fora buscar um copo de água para si, encontrou-o a dormir.
- E agora?! – Pensou Lisa. – Simão, estás acordado? - Abanou-o para ver se ele acordava.
Mas nada aconteceu. Tentou novamente momentos depois mas o resultado foi o mesmo. Acabou por decidir que o melhor era deixá-lo ali a dormir. Subiu para o seu quarto, entrou e fechou a porta à chave.
Depois ligou para Pedro a dizer que ia passar a noite com Pipa.
Quando desligou sentiu-se a pior pessoa do mundo por lhe estar a mentir…
Sentou-se na cama e começou a chorar.
Nem queria imaginar a reacção do Pedro quando soubesse!
Assim que Carlota saiu, Mia estava a tremer.
Deixou-se cair sobre o sofá que estava ao canto do quarto.
E se ela estivesse a dizer a verdade? – Não, não pode ser, o meu pai não era capaz de uma atitude destas! Mas?! E se fosse verdade?! Eu não acredito! Só pode ser mais uma mentira dela! Ela era capaz disso e de muito mais! - Pensava sem parar.
Mia tentava convencer-se a si mesma, mas a dúvida persistia na sua cabeça.
Manuel mexeu-se na cama.
Mia levantou-se e aproximou-se dele.
Mia – Precisas de ajuda meu amor? – Disse muito baixinho.
Manuel abriu ligeiramente os olhos. – És tu Mia?
Mia – Sim, sou eu. Sorriu para ele e deu-lhe um beijo ternurento na cara.
Manuel – Por momentos pensei que fosses um sonho. Eu estava a sonhar contigo…
Mia fê-lo calar. – Shiu!!! Não te podes cansar.
Manuel – Deita-te a meu lado.
Mia ficou com um sorriso de orelha a orelha.
Parecia que a felicidade a estava a invadir por todos os lados.
Estava com saudades dos momentos que passavam juntos… com saudades do amor intenso e único que sentiam um pelo outro… saudades do seu primeiro beijo e também do último…
Olhou para ele. Reparou que ele já queria fechar os olhos novamente.
Como ele lhe pediu deitou-se a seu lado. Manuel acabou mesmo por adormecer.
Mia levantou-se ligeiramente e no seu ouvido murmurou: Amo-te muito. Olhou para Manuel e ele sorria envergonhado. Voltou a deitar-se. Colou o seu nariz ao dele. Fazia-lhe festinhas no seu cabelo, sem nunca parar.
E foi assim que acabou por adormecer a seu lado…
Continua
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