Depois de toda a confusão, resolveram todos voltar à mesa e começar a almoçar.
Apesar de tudo já ter passado e de terem perdido de vista o Simão, Pedro ainda não se tinha acalmado.
Pedro – Aquele gajo… Se não me tivessem agarrado a esta altura eu nem sei em que estado é que ele se encontrava.
Gabriel – Tu és doido, davas cabo dele.
Lisa agarrou-se a ele.
Lisa – O mais certo era estares preso neste momento.
Pedro – Preso?! O Pedro Silva Lobo nunca iria preso!
Lisa – Confias demasiado no apelido que carregas…
Pedro – O meu pai de certeza que resolvia tudo.
Lisa – Mesmo assim não convêm correr riscos. Não quero namorar um fora da lei.
Pedro e Lisa trocaram um sorriso.
Íris – Vamos mas é mudar de assunto, alguém sabe alguma coisa do Tomás?
Olharam todos uns para os outros a procura de alguém que soubesse de alguma coisa.
Marco – Desde o regresso da viagem ao Douro nunca mais o vi.
Elsa – Já que falas nisso, eu também não.
Lisa – Alguém o avisou sobre o Manuel?
Pedro – Eu não. Olhou para os amigos mas todos abanaram a cabeça de modo negativo. – Tudo bem, vou já ligar para ele. – Continuou
Pedro assim fez mas Tomás não atendeu, chamou, chamou, chamou mas nada, foi para as mensagens. Vou deixar mensagem, ele não atende. – Disse olhando para os outros.
- Olá Tomás, preciso de falar contigo urgentemente, liga-me logo que possas. – Desligou.
Gabriel – Deve estar tão ocupado que nem teve tempo de atender a chamada.
Pedro – É o mais certo.
Kika apesar de estar na companhia de Miguel e até estar a gostar do passeio, não se conseguia distrair por nada deste mundo. A sua cabeça estava a mil à hora, ora no hospital, ora em casa de Mia onde tinha falado com os amigos pela última vez.
Miguel – Kika… Reparou que ela estava distraída. – Kika – voltou a insistir.
Kika – Ah! Diz.
Miguel – Estava a chamar a tua atenção para aqueles dois passarinhos que andam a voar aos círculos aqui por cima de nós.
Kika olhou para o céu. E viu os passarinhos. Sorriu. Parecia mesmo que andavam a dançar de um lado para o outro, por vezes tocavam no bico um do outro como se estivessem a beijar-se.
Kika – Desculpa, mas estava mesmo com os pensamentos em outro lado.
Miguel – Tenho percebido isso a amanhã inteira. Anda – Estendeu-lhe a mão para a ajudar a levantar.
Kika deu-lhe a mão. – Onde vamos? – Disse espantada.
Miguel – Onde devíamos ter ido em primeiro lugar. Ao hospital.
Kika deu-lhe um beijo na bochecha e abraçou-o.
Kika – Já te tinha dito que és o melhor namorado do mundo?
Miguel – Hoje ainda não.
Iam a andar a caminho do carro ao mesmo tempo que trocavam beijos apaixonados.
Já bem afastado do restaurante Simão pensava em Lisa.
E na maneira como ela o olhara uma hora antes.
Lisa estava a tornar-se num desafio e Simão gostava disso.
Lisa era como a mãe dele. Uma vítima. Sempre a vítima.
Cerrou os olhos retirando-se para o passado. Aí lembrou-se da mãe a colocar uma mala de viagem na bagageira do carro. O pai controlava as finanças só lhe dando mesmo o necessário para o dia a dia. Todo o dinheiro que ela conseguia juntar eram os trocos que o pai severo deixava cair quando adormecia no sofá perdido de bêbado.
Nesse dia ela decidira mudar de vida, ia desaparecer para sempre e levar o filho com ela.
Mas mais uma vez a mãe não tinha conseguido fugir. Limitou-se a ficar sentada na mesa da cozinha a fumar cigarro após cigarro.
O pai quando chegou e viu as malas no carro, deu-lhe um ataque de fúria e bateu-lhe até ela ficar inanimada no chão.
Mia estava furiosa. Ninguém podia tratar assim o Manuel.
Encheu-se de coragem e mais uma vez gritou.
Mia - Fora daqui já disse!
Ele olhou para ela admirado. Apesar de toda a fúria Mia não pode deixar de observar no olhar maléfico que ele tinha.
Sentiu um arrepio ao vê-lo. - Não, Mia não podes dar parte de fraca. - Pensou para os seus botões.
- Menina Mia, nunca pensei que podesse gritar assim comigo…
Mia - Posso gritar assim e muito mais alto se quiser.
- Uma menina como a Mia a descer tão baixo, é o que dá dar-se com gentinha…
Manuel - Chega!!! Saia daqui!!! - Gritou a plenos pulmões.
- Calma, eu até já estou de saida. - Mirou Manuel e Mia. - Mas a menina Mia vai-me acompanhar certo?
Mia ficou para morrer. Ela não queria de modo algum deixar o Manuel sozinho. Muito menos queria ir com ele a algum lado.
Manuel tentou-se levantar mas em vão. As costelas partidas não o permitiam.
Manuel - Ela daqui não sai.
- Ai deitado não deve conseguir fazer grande coisa para me deter. - Soltou uma gargalhada.
Mia estremeceu por dentro. Eu não vou, eu não vou, eu não vou… - Repetia para si mesma.
- Acho melhor a Mia vir falar comigo.
Mia - Mas eu não quero! Daqui ninguém me leva!
Manuel - Já disse que ela daqui não sai.
Manuel cerrou os punhos. Ai se eu estivesse bom, ias engolir palavra por palavra. - Pensou enquanto a todo o custo mesmo com dores tentava levantar-se da cama.
- E quem é que me vai deter?!
Ouviu-se uma voz masculina.
- EU!!!!!
Continua
Apesar de tudo já ter passado e de terem perdido de vista o Simão, Pedro ainda não se tinha acalmado.
Pedro – Aquele gajo… Se não me tivessem agarrado a esta altura eu nem sei em que estado é que ele se encontrava.
Gabriel – Tu és doido, davas cabo dele.
Lisa agarrou-se a ele.
Lisa – O mais certo era estares preso neste momento.
Pedro – Preso?! O Pedro Silva Lobo nunca iria preso!
Lisa – Confias demasiado no apelido que carregas…
Pedro – O meu pai de certeza que resolvia tudo.
Lisa – Mesmo assim não convêm correr riscos. Não quero namorar um fora da lei.
Pedro e Lisa trocaram um sorriso.
Íris – Vamos mas é mudar de assunto, alguém sabe alguma coisa do Tomás?
Olharam todos uns para os outros a procura de alguém que soubesse de alguma coisa.
Marco – Desde o regresso da viagem ao Douro nunca mais o vi.
Elsa – Já que falas nisso, eu também não.
Lisa – Alguém o avisou sobre o Manuel?
Pedro – Eu não. Olhou para os amigos mas todos abanaram a cabeça de modo negativo. – Tudo bem, vou já ligar para ele. – Continuou
Pedro assim fez mas Tomás não atendeu, chamou, chamou, chamou mas nada, foi para as mensagens. Vou deixar mensagem, ele não atende. – Disse olhando para os outros.
- Olá Tomás, preciso de falar contigo urgentemente, liga-me logo que possas. – Desligou.
Gabriel – Deve estar tão ocupado que nem teve tempo de atender a chamada.
Pedro – É o mais certo.
Kika apesar de estar na companhia de Miguel e até estar a gostar do passeio, não se conseguia distrair por nada deste mundo. A sua cabeça estava a mil à hora, ora no hospital, ora em casa de Mia onde tinha falado com os amigos pela última vez.
Miguel – Kika… Reparou que ela estava distraída. – Kika – voltou a insistir.
Kika – Ah! Diz.
Miguel – Estava a chamar a tua atenção para aqueles dois passarinhos que andam a voar aos círculos aqui por cima de nós.
Kika olhou para o céu. E viu os passarinhos. Sorriu. Parecia mesmo que andavam a dançar de um lado para o outro, por vezes tocavam no bico um do outro como se estivessem a beijar-se.
Kika – Desculpa, mas estava mesmo com os pensamentos em outro lado.
Miguel – Tenho percebido isso a amanhã inteira. Anda – Estendeu-lhe a mão para a ajudar a levantar.
Kika deu-lhe a mão. – Onde vamos? – Disse espantada.
Miguel – Onde devíamos ter ido em primeiro lugar. Ao hospital.
Kika deu-lhe um beijo na bochecha e abraçou-o.
Kika – Já te tinha dito que és o melhor namorado do mundo?
Miguel – Hoje ainda não.
Iam a andar a caminho do carro ao mesmo tempo que trocavam beijos apaixonados.
Já bem afastado do restaurante Simão pensava em Lisa.
E na maneira como ela o olhara uma hora antes.
Lisa estava a tornar-se num desafio e Simão gostava disso.
Lisa era como a mãe dele. Uma vítima. Sempre a vítima.
Cerrou os olhos retirando-se para o passado. Aí lembrou-se da mãe a colocar uma mala de viagem na bagageira do carro. O pai controlava as finanças só lhe dando mesmo o necessário para o dia a dia. Todo o dinheiro que ela conseguia juntar eram os trocos que o pai severo deixava cair quando adormecia no sofá perdido de bêbado.
Nesse dia ela decidira mudar de vida, ia desaparecer para sempre e levar o filho com ela.
Mas mais uma vez a mãe não tinha conseguido fugir. Limitou-se a ficar sentada na mesa da cozinha a fumar cigarro após cigarro.
O pai quando chegou e viu as malas no carro, deu-lhe um ataque de fúria e bateu-lhe até ela ficar inanimada no chão.
Mia estava furiosa. Ninguém podia tratar assim o Manuel.
Encheu-se de coragem e mais uma vez gritou.
Mia - Fora daqui já disse!
Ele olhou para ela admirado. Apesar de toda a fúria Mia não pode deixar de observar no olhar maléfico que ele tinha.
Sentiu um arrepio ao vê-lo. - Não, Mia não podes dar parte de fraca. - Pensou para os seus botões.
- Menina Mia, nunca pensei que podesse gritar assim comigo…
Mia - Posso gritar assim e muito mais alto se quiser.
- Uma menina como a Mia a descer tão baixo, é o que dá dar-se com gentinha…
Manuel - Chega!!! Saia daqui!!! - Gritou a plenos pulmões.
- Calma, eu até já estou de saida. - Mirou Manuel e Mia. - Mas a menina Mia vai-me acompanhar certo?
Mia ficou para morrer. Ela não queria de modo algum deixar o Manuel sozinho. Muito menos queria ir com ele a algum lado.
Manuel tentou-se levantar mas em vão. As costelas partidas não o permitiam.
Manuel - Ela daqui não sai.
- Ai deitado não deve conseguir fazer grande coisa para me deter. - Soltou uma gargalhada.
Mia estremeceu por dentro. Eu não vou, eu não vou, eu não vou… - Repetia para si mesma.
- Acho melhor a Mia vir falar comigo.
Mia - Mas eu não quero! Daqui ninguém me leva!
Manuel - Já disse que ela daqui não sai.
Manuel cerrou os punhos. Ai se eu estivesse bom, ias engolir palavra por palavra. - Pensou enquanto a todo o custo mesmo com dores tentava levantar-se da cama.
- E quem é que me vai deter?!
Ouviu-se uma voz masculina.
- EU!!!!!
Continua
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