Mia - Então Kika a farmácia era onde? Demoraram tanto tempo.
Afinal Mia tinha escutado o que ela lhe tinha dito.
Kika - Sabes tivemos de andar à procura da farmácia de serviço. Estava lá tanta gente.
Miguel - Infelizmente há imensa gente doente.
Miguel e Kika trocaram olhares. Mia apercebeu-se disso e olhou para os dois desconfiada.
Mia - De certeza?
Kika - Claro que sim.
Mia - Então onde estão os medicamentos?
Kika e Miguel engoliram em seco. - E agora? - Nem se lembraram desse pormenor.
Kika - Estavam esgotados. - Disse muito rapidamente.
Miguel - Sim foi isso. Depois daquele tempo toda na fila, no final não havia os medicamentos.
Kika - Sim só amanhã é que chegam.
Mia não acreditou, mas também não lhe apetecia continuar com a conversa. Havia um assunto que a preocupava mais.
Mia - Ainda não consegui falar com o Manuel…
Kika ficou com o coração dividido. Contava ou não?
Quando chegaram a casa de Pedro, resolveram todos ir tomar um banho e trocar de roupa, para depois irem jantar.
Lisa assim que entrou no quarto sentiu um cheiro diferente no ar. O Pedro deixou o quarto empestado de perfume. - Pensou. Deixou-se cair na cama super cansada.
Passado pouco tempo entrou Pedro no quarto que ao vê-la deitada seguiu-lhe o exemplo, deitando-se a seu lado.
Depois agarrou-a e deu-lhe um beijo carinhoso no pescoço.
Lisa - O teu pai?
Pedro - O meu pai? Foi o momento ideal para te lembrares dele.
Lisa - A sério, nunca mais o vi.
Pedro - Depois de falar com o médico saiu, disse que tinha uns assuntos para tratar.
Lisa - E vem jantar?
Pedro - Tanta pergunta Lisa, mas não, não vem, tem um jantar de negócios. Podemos continuar de onde estavamos? - Aproximou-se mais dela.
Lisa - A Elsa e o Marco daqui a pouco estão à nossa espera.
Pedro - Está bem também só quero uns beijinhos.
Lisa - Só uns beijinhos?!
Começaram os dois a rir.
Kika passou a noite acordada.
Deitada na sua cama, recordou imensas vezes a conversa que tivera com Manuel no hospital. E o sofrimento por qual Mia estava a passar.
Quanto mais pensava no assunto mais confusa ficava.
Qualquer que fosse a decisão que acabasse por tomar, nada voltava a ser como antes.
Se não pusesse Mia ao corrente do que sabia, como é que poderia voltar a olhar para ela?
Levantou-se, enfiou os pés nos chinelos e foi para a sala. De súbito teve a certeza de que só tinha uma coisa a fazer, por mais dificil que fosse era a única maneira de agir.
Subiu as escadas e foi direita ao quarto de Mia. Bateu à porta levemente. Ninguém respondeu, mas nem isso a deteve. Entrou assim mesmo.
Mia ainda dormia. Kika reparou que na sua mão estava uma foto de Manuel. O mais certo é ter chorado agarrada à foto e ter acabado por adormecer assim mesmo.
Aproximou-se e tocou-lhe no ombro.
Kika - Mia, acorda.
Mia mexeu-se na cama mas deixou-se ficar a dormir.
Kika - Mia… Mia… accorda.
A muito custo Mia abriu ligeiramente os olhos. Kika reparou que os mesmos estavam super vermelhos, a seu teoria do chorar até adormecer deve de ter acontecido mesmo.
Mia - Há algum problema contigo Kika? - disse muito baixinho e sentando-se na cama.
Kika - Comigo directamente não. Há uma coisa que eu… tenho de te contar. - disse de um modo algo desajeitado.
Mia - Sim diz. - Fez-lhe um gesto para ela se sentar ao pé de si na cama.
Kika respirou fundo. - Antes de começar quero que saibas que preferia não ser eu a contar-te isto.
Mia - O que se passa? Estás a deixar-me nervosa.
Kika sentiu a garganta subitamente dura. Engoliu em seco. - Foi um assalto. - Conseguiu dizer.
Depois de dizer isto as palavras sairam como uma corrente de água rápida e impetuosa. Kika contou-lhe sobre o assalto, a tareia que Manuel tinha levado ao tentar resistir e de como ele tinha ido parar ao hospital.
Mia entrou em choque. Ficou gelada, as faces sem cor, a ouvir o que Kika lhe dizia.
Num reflexo rápido as suas mãos apertaram uma das almofadas.
Mia - Um assalto?! - rouquejou. - A voz saiu-lhe baixa e grave como se tivesse estado a conter a respiração enquanto durou o relato de Kika. - Estás a dizer-me que ele está num hospital por causa de uns delinquentes?
Kika agarrou um braço de Mia. - Sim Mia é isso.
Mia afastou-lhe a mão. Levantou-se rapidamente da cama. - Eu tenho de o ir ver.
Os pensamentos de Mia, alimentados pela adrenalina e pela fúria corriam de uma conclusão para outra.
O Manuel como é que ele está? Em que estado o deixaram? A Kika sabia e não me disse nada. Sabia e…e…
Kika ficou a olhar para Mia sem nada dizer, ao mesmo tempo que tentava adivinhar os seus pensamentos.
A Kika sabia de tudo e ainda não me tinha dito nada. Ela traíu-me.
Mia - Tu sabes desde quando? - Disse quando se começou a vestir.
Kika - Desde ontem. - disse a medo.
Mia - Não percebo Kika, porque não me disseste?! - Começou a chorar.
Kika - Vi-te tão triste e não tive coragem. - Fez uma pausa. - Além disso… -Calou-se.
Mia - Além disso?! - Tinha uma expressão preocupada e furiosa ao mesmo tempo. - Há mais alguma coisa que deva saber? - disse falando mais alto.
Continua
Afinal Mia tinha escutado o que ela lhe tinha dito.
Kika - Sabes tivemos de andar à procura da farmácia de serviço. Estava lá tanta gente.
Miguel - Infelizmente há imensa gente doente.
Miguel e Kika trocaram olhares. Mia apercebeu-se disso e olhou para os dois desconfiada.
Mia - De certeza?
Kika - Claro que sim.
Mia - Então onde estão os medicamentos?
Kika e Miguel engoliram em seco. - E agora? - Nem se lembraram desse pormenor.
Kika - Estavam esgotados. - Disse muito rapidamente.
Miguel - Sim foi isso. Depois daquele tempo toda na fila, no final não havia os medicamentos.
Kika - Sim só amanhã é que chegam.
Mia não acreditou, mas também não lhe apetecia continuar com a conversa. Havia um assunto que a preocupava mais.
Mia - Ainda não consegui falar com o Manuel…
Kika ficou com o coração dividido. Contava ou não?
Quando chegaram a casa de Pedro, resolveram todos ir tomar um banho e trocar de roupa, para depois irem jantar.
Lisa assim que entrou no quarto sentiu um cheiro diferente no ar. O Pedro deixou o quarto empestado de perfume. - Pensou. Deixou-se cair na cama super cansada.
Passado pouco tempo entrou Pedro no quarto que ao vê-la deitada seguiu-lhe o exemplo, deitando-se a seu lado.
Depois agarrou-a e deu-lhe um beijo carinhoso no pescoço.
Lisa - O teu pai?
Pedro - O meu pai? Foi o momento ideal para te lembrares dele.
Lisa - A sério, nunca mais o vi.
Pedro - Depois de falar com o médico saiu, disse que tinha uns assuntos para tratar.
Lisa - E vem jantar?
Pedro - Tanta pergunta Lisa, mas não, não vem, tem um jantar de negócios. Podemos continuar de onde estavamos? - Aproximou-se mais dela.
Lisa - A Elsa e o Marco daqui a pouco estão à nossa espera.
Pedro - Está bem também só quero uns beijinhos.
Lisa - Só uns beijinhos?!
Começaram os dois a rir.
Kika passou a noite acordada.
Deitada na sua cama, recordou imensas vezes a conversa que tivera com Manuel no hospital. E o sofrimento por qual Mia estava a passar.
Quanto mais pensava no assunto mais confusa ficava.
Qualquer que fosse a decisão que acabasse por tomar, nada voltava a ser como antes.
Se não pusesse Mia ao corrente do que sabia, como é que poderia voltar a olhar para ela?
Levantou-se, enfiou os pés nos chinelos e foi para a sala. De súbito teve a certeza de que só tinha uma coisa a fazer, por mais dificil que fosse era a única maneira de agir.
Subiu as escadas e foi direita ao quarto de Mia. Bateu à porta levemente. Ninguém respondeu, mas nem isso a deteve. Entrou assim mesmo.
Mia ainda dormia. Kika reparou que na sua mão estava uma foto de Manuel. O mais certo é ter chorado agarrada à foto e ter acabado por adormecer assim mesmo.
Aproximou-se e tocou-lhe no ombro.
Kika - Mia, acorda.
Mia mexeu-se na cama mas deixou-se ficar a dormir.
Kika - Mia… Mia… accorda.
A muito custo Mia abriu ligeiramente os olhos. Kika reparou que os mesmos estavam super vermelhos, a seu teoria do chorar até adormecer deve de ter acontecido mesmo.
Mia - Há algum problema contigo Kika? - disse muito baixinho e sentando-se na cama.
Kika - Comigo directamente não. Há uma coisa que eu… tenho de te contar. - disse de um modo algo desajeitado.
Mia - Sim diz. - Fez-lhe um gesto para ela se sentar ao pé de si na cama.
Kika respirou fundo. - Antes de começar quero que saibas que preferia não ser eu a contar-te isto.
Mia - O que se passa? Estás a deixar-me nervosa.
Kika sentiu a garganta subitamente dura. Engoliu em seco. - Foi um assalto. - Conseguiu dizer.
Depois de dizer isto as palavras sairam como uma corrente de água rápida e impetuosa. Kika contou-lhe sobre o assalto, a tareia que Manuel tinha levado ao tentar resistir e de como ele tinha ido parar ao hospital.
Mia entrou em choque. Ficou gelada, as faces sem cor, a ouvir o que Kika lhe dizia.
Num reflexo rápido as suas mãos apertaram uma das almofadas.
Mia - Um assalto?! - rouquejou. - A voz saiu-lhe baixa e grave como se tivesse estado a conter a respiração enquanto durou o relato de Kika. - Estás a dizer-me que ele está num hospital por causa de uns delinquentes?
Kika agarrou um braço de Mia. - Sim Mia é isso.
Mia afastou-lhe a mão. Levantou-se rapidamente da cama. - Eu tenho de o ir ver.
Os pensamentos de Mia, alimentados pela adrenalina e pela fúria corriam de uma conclusão para outra.
O Manuel como é que ele está? Em que estado o deixaram? A Kika sabia e não me disse nada. Sabia e…e…
Kika ficou a olhar para Mia sem nada dizer, ao mesmo tempo que tentava adivinhar os seus pensamentos.
A Kika sabia de tudo e ainda não me tinha dito nada. Ela traíu-me.
Mia - Tu sabes desde quando? - Disse quando se começou a vestir.
Kika - Desde ontem. - disse a medo.
Mia - Não percebo Kika, porque não me disseste?! - Começou a chorar.
Kika - Vi-te tão triste e não tive coragem. - Fez uma pausa. - Além disso… -Calou-se.
Mia - Além disso?! - Tinha uma expressão preocupada e furiosa ao mesmo tempo. - Há mais alguma coisa que deva saber? - disse falando mais alto.
Continua
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