Ainda não sabia como tinha aparecido naquele banco do jardim.
Por mais que se esforçasse a sua memória não estava a ajudar.
Ao mesmo tempo num quarto de hospital, Manuel também estava a pensar.
Estava tristonho, teve esperanças que Mia aparecesse até ao final do dia mas ela não o fez.
Queria tanto tê-la em seus braços, que ela o perdoasse de vez.
- Será que era isso que ela vinha fazer?
Manuel abanou a cabeça.
- Já sei o que vou fazer.
Simão levantou-se da cama e foi até à janela.
Lá fora estava escuro e não havia ninguém na rua. Simão voltou a sentar-se na cama.
O pensamento voltou novamente a Lisa.
Com o tempo tinha intenções de lhe revelar todos os pormenores sobre si próprio.
Havia de lhe falar na mãe e no pai, dos rapazes do lar de acolhimento, e tinha a certeza que ela não deixaria de perceber que ele não tivera outra alternativa senão fazer o que fez. Havia de falar de D. Irene, a delegada escolar que logo que soube que era órfão, mostrou um interesse especial por ele na escola secundária.
Simão precisava de um aliado. Precisava de alguém que afirmasse que ele não era um desordeiro mas uma vítima e a D. Irene era perfeita.
Simão contava-lhe as mais terríveis histórias da sua infância e ela ficava com os olhos cheios de lágrimas.
Com o passar dos meses a D. Irene passou a tratá-lo como filho.
Nas disciplinas que tinha mais dificuldades lá estava a D. Irene a interceder por ele junto dos professores. A sua média subiu.
Com todas as facilidades entrou sem problemas na universidade. Depois da sua admissão numa das melhores universidades do país não voltou a falar com a D. Irene. A senhora só tinha servido para ele alcançar os seus objectivos.
Da mesma maneira que Pedro tinha servido o seu objectivo em relação a Lisa, mas agora deixava de ter interesse.
Pedro tinha sido um bom amigo para ela, mas era tempo de o afastar do caminho. Pedro estava a dar cabo dela, a escravizá-la, a não permitir que escolhesse o seu próprio futuro. O futuro de ambos.
Mia estava no seu quarto a vestir a camisa de dormir. Depois de o fazer sentou-se ao espelho a pentear o seu cabelo.
Passava a escova demoradamente por cada mecha do seu cabelo. Ao contrário dos seus pensamentos que surgiam apressadamente uns a seguir aos outros.
Os mesmos só foram interrompidos pelo toque de uma mensagem no seu telemóvel.
Pegou nele e viu que a mensagem era de Moura.
- Oh, não pensou! O que quer este… - nem sabia qual a palavra mais indicada para ele.
Um pouco a tremer leu a mensagem.
- Estou cheio de saudades, quando menos esperares estou a teu lado.
- Este, este, este… - Nem sabia o que havia de dizer. A tremer ainda mais sentou-se agora na cama.
A porta do quarto de Manuel abriu-se, lá de dentro alguém espreitou para um lado e para o outro. Sem querer dar muitos nas vistas saiu.
Tentou andar o mais normal possível, mas notava-se que tinha algumas dificuldades em o fazer. Mesmo com dores iria concluir o seu objectivo.
Cerca de 30 minutos depois Mia saiu do quarto e desceu até à cozinha. Precisava de beber água.
Encostou-se à bancada enquanto bebia muito lentamente. Pensou em Manuel e em todos os acontecimentos dos últimos dias.
Sentiu um nó na boca. Quase a sufocar resolveu apanhar um pouco de ar.
Pelo menos na sua casa sentia-se segura. Ali ninguém ousava entrar.
Foi até junto da piscina e sentou-se numa das cadeiras.
Encostou-se a olhar o céu. Ouviu um barulho estranho. Muito receosa olhou para todos os lados. Não havia vestígios de ninguém. Deixou-se ficar o mais certo era ter sido a sua imaginação. Mas novamente passados uns segundos voltou a ouvir novo som. Aí levantou-se da cadeira.
- Está aí alguém? - Disse a medo.
O barulho não voltou a fazer-se notar.
- Estou mesmo a ouvir coisas.
Mas desta vez o barulho ouviu-se de novo e mais perto de si. Olhou novamente para um lado e para outro, estava a entrar em pânico com a possibilidade de ser o Moura.
- Ele era capaz disso. - Pensou. - Vou mas é voltar para dentro. Viu a porta da cozinha ainda aberta.
Correu na sua direcção. Ao chegar quase à porta sentiu passos atrás de si.
O seu coração começou a bater descontroladamente. Sentia a sua pulsação em todos os lados do seu corpo.
Tal como na vez em que foi salva por Lisa permaneceu imóvel.
- Mia anda, não sejas parva! Corre! Falta tão pouco! - Pensava.
Batia nas pernas furiosamente mas elas não queriam andar.
- Mia reage!!!! - Foge!!!!
Sentiu uma mão tocar-lhe nas costas. Entrou em estado de choque e desmaiou.
Manuel - Mia, sou eu!
Manuel estava aflito. Mia estava desmaiada aos seus pés sem dar sinais de querer recuperar os sentidos.
Manuel deu-lhe vários toques na cara.
Finalmente Mia começou a acordar.
Quando começou a abrir os olhos, a primeira coisa que deslumbrou foi a cara de Manuel.
Mia - Estou a sonhar?
Manuel - Sim, eu sou o teu Anjo da Guarda.
Mia esfregou os olhos e agarrou depois na mão de Manuel.
Mia - Não és um sonho, és bem real.
Manuel abraçou Mia.
Manuel - Como é bom sentir-te nos meus braços novamente.
Mia nada conseguiu dizer. Era a mais pura das verdades.
Manuel afastou-se ligeiramente dela e colocou-se de joelhos.
Fez umas expressões de dor, Mia olhou para ele e queria ajudá-lo mas ele fez-lhe sinal que não com a cabeça. Estava a cumprir a sua pena.
Manuel - Com o céu e a lua como testemunhas e de joelhos perante ti, quero pedir-te perdão…
Mia - Sabes que quis fugir? Fugir de ti, fugir do amor que te tenho e me prende as asas... Fugir de ti e consumir-me nesta infelicidade mórbida.
Manuel - Quer dizer que já não o vais fazer?
Mia - Não consigo.
Manuel - Ainda bem.
Agarraram-se com força, as lágrimas a escorrerem pelas faces, a desfazerem o coração.
Manuel - Sabes que sou cobarde? Sim... profundamente cobarde.
Estupidamente cobarde e no entanto amas-me assim. Ou aprendeste a amar-me.
Qual das duas foi, interrogo-me... Mas por muito que o faça nunca vou descobrir.
Porque as tuas mãos se selaram em volta das minhas, os teus braços esmagaram a minha cobardia, o meu medo de amar.
Mia - Ser feliz nem sempre é fácil, sabias? Ser feliz às vezes também dói. Porque ter-te a meu lado é toda a minha felicidade, a minha única felicidade.
Manuel - A nossa felicidade, eu sem ti não sou ninguém.
Mia reparou nas lágrimas que ainda escorriam dos seus olhos.
Mia - Já te disse que ficas lindo quando choras? Nos teus olhos perfeitos de lágrimas também existe amor. E por isso é belo.
É nas tuas lágrimas que vejo o meu coração. Porque ele está dentro de ti. Numa profundidade que só as lágrimas alcançam.
Manuel - É por ti que eu vivo.
Manuel voltou a abraça-la. Sufocaram-se de beijos e de amor.
Manuel - Amar-te é a única coisa que não sei fazer. - Mia olhou para ele desconfiada. - Porque me surpreendo a cada dia com este amor. Porque ele me ultrapassa e me enche por dentro.. E por isso amor, tenho medo. Medo da sua grandiosidade.
Mia - Houve alturas em que também tive medo. Medo de precisar de ti mais do que precisas de mim. Medo do medo de amar.
Manuel - Eu quero-te amar-te para sempre!
Mia - E eu sei, que é verdade. Sei...
Continua
Seg maio 24, 2010 5:54 pm por Regina
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Seg maio 24, 2010 2:55 am por Justin Bieber (L)
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Seg maio 24, 2010 12:28 am por 99dark
» Presente!!! =D
Dom maio 23, 2010 9:38 pm por Rwforever
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Dom maio 23, 2010 8:14 pm por Liliana R
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Qui maio 20, 2010 10:21 pm por J☮
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Qui maio 20, 2010 12:27 am por J☮