Assim que se dirigiu para a caixa, Lisa olhou para o exterior. Qual não foi o seu espanto quando o viu completamente desnorteado a correr de um lado para o outro sempre a ladrar. Ele queria entrar a todo o custo, mas não estava a conseguir.
Assim que a viu Dino empoleirou-se numa janela para a ver melhor. Lisa nem estava a acreditar.
Olhou para ela e ladrou. Mas desta vez o ladrar era diferente, era um ladrar mais calmo e não de desespero como os anteriores.
Lisa pagou e foi ter com ele.
Lisa – Que se passa Dino? Eu estou aqui, estou bem.
Dino não parava de a cheirar rodando sempre à sua volta. Cheirou os sacos que ela transportava, as suas roupas, os seus ténis…
Lisa – Tens fome?
O cão continuava a sua missão sempre a cheirá-la. Ao detectar um odor diferente rosnou ligeiramente.
Lisa – A rosnar-me?! Assim fico zangada contigo.
Começou a andar e deixou o cão para trás.
Mas ele não se preocupou. Lá foi ele sempre atrás dela.
Lisa olhou para trás.
Lisa – Assim está melhor. Vamos para casa, tenho de preparar o pequeno-almoço para o Pedro.
O Dino ladrou e abanou a cauda todo contente.
Lisa – Ele é o máximo não é?
Dino ladrou novamente.
Lisa – Concordo contigo.
Mia – Então?! – Fez uma pausa. - Pedes-me para não desligar e agora não dizes nada?
Manuel encheu o peito de ar.
Manuel – O meu amor por ti nunca vai acabar. – Parou e suspirou. – Só quero que me perdoes…
Mia – Agora é tarde Manuel… desculpa…
Manuel – Não me peças desculpa, eu é que o tenho de fazer…
Mia – Por favor não digas mais nada!
Manuel – Desculpa-me pelo o que te fiz sofrer… por não ter acreditado em ti… por ter duvidado do teu amor… por estas razões e por mais algumas… desculpa-me…
Mia reparou que Lino estava atento à conversa e os dois trocaram um olhar pelo espelho retrovisor.
Mia nada disse e Manuel continuou.
- Cometi um erro imperdoável. Senti-me a pior pessoa diante da tua tristeza, pois sabia muito bem que era tudo por minha culpa, minha grande culpa… As minhas palavras magoaram-te.
Mia nem sabia o que dizer, as palavras proferidas por ele não lhe eram indiferentes, o seu coração batia descontroladamente.
- Perdoa-me amor.
Mia encheu-se de coragem – As coisas não são assim tão fáceis.
Manuel – Eu sei… Se eu pudesse Mia, estava neste momento de
joelhos aos teus pés a implorar-te o meu perdão. – Mia deixou cair uma lágrima, pois lembrou-se do estado em que o encontrou a primeira vez que o foi ver ao hospital. - Quero mudar toda a nossa história e quero mostrar-te que mudei.
Mia manteve-se calada, por mais que quisesse dizer alguma coisa as palavras não estavam a colaborar.
Manuel – Diz alguma coisa Mia não me estejas só a ouvir, eu sei que tens muito a me dizer, mas antes disso quero que saibas que te Amo. Pensa
em tudo que já passamos juntos, todos os momentos alegres e até mesmo aqueles momentos que fizeram cair lágrimas dos nossos corações.
Mia – Eu preciso de pensar Manuel, a sério, que preciso.
Manuel – Perdoa-me, por favor! – Nesta altura também Manuel deixou cair uma lágrima.
Mia – Eu até te posso perdoar…
Manuel fez um sorriso tímido. O que acabara de ouvir era música para os seus ouvidos. – Mia!
Mia – Ao te perdoar, não quer dizer que volte para ti.
Instantaneamente Manuel mudou de um sorriso tímido para uma expressão de desilusão.
Ouve um silêncio das duas partes, neste momento nenhum dos dois tinha coragem para dizer alguma coisa.
Sem saberem como desligaram o telemóvel ao mesmo tempo.
Manuel sozinho no quarto do hospital chorava desalmadamente.
Mia também o fazia. Lino olhou para ela e passou-lhe um lenço. Nem uma palavra trocaram, não era necessário.
Assim que chegou a casa de Pedro este e Tomás estavam na sala a conversar animadamente.
Pedro assim que a viu foi ao seu encontro.
Pedro – Onde foste? – Disse ao mesmo tempo que a agarrava e lhe dava um beijo na bochecha.
Lisa – Ao supermercado comprar umas coisas, vou prepara-te um pequeno-almoço especial.
Tomás riu. – Nunca imaginei que soubesses cozinhar.
Lisa – Ainda não sabes tu da missa a metade. Sou um verdadeiro ás da culinária.
Os três riram.
Lisa – A Elsa e o Marco?
Pedro – Eles já saíram foram para a instituição.
Lisa – Ainda bem, ela vai adorar.
Com os sacos na mão começou a andar na direcção da cozinha.
Sem olhar para trás chamou Tomás.
Lisa – Tomás, sabes quem eu vi?
Tomás ficou com uma cara intrigada. – Quem?
Lisa – A professora Irene.
Tomás deu um grito. – Aqui perto?! Será que essa doida me seguiu?!
Lisa fez um sorriso silencioso. – Esta é para aprenderes!
Lisa – Muito perto daqui, mesmo muito perto!
Tomás sentou-se no sofá com as mãos na cabeça. – Oh, não estou perdido!
Mia chegou a casa. Sara estava à sua espera preocupada.
Sara – Então Mia, estás bem?
Mia – Sim estou. – Trocaram um abraço.
Sara – Onde estiveste?
Mia – Passei a noite em casa do Pedro. Sabes quem é?
Sara – O namorado da Lisa?
Mia – Esse mesmo.
Sara – Mas passou-se alguma coisa? Posso ajudar?
Mia deu-lhe a mão. – Anda vamos para o meu quarto, lá falamos melhor.
Sara – Ok.
Assim que entraram sentaram-se as duas na cama.
Mia começou a contar tudo, a sua visita ao hospital (Nessa altura Sara sorriu, afinal o irmão tinha razão), a perseguição que tinha sido vitima, o suposto ataque do cão, a descoberta de quem a tinha seguido e por último o telefonema de Manuel.
Sara só conseguia abrir a boca em sinal de espanto.
Sara – Mas que noite e que principio de dia! – Suspirou como se tivesse feito uma maratona.
Mia – A quem o dizes!
Sara – Mas a parte melhor foi a primeira e a última confessa lá…
Mia olhou para ela. Agarrou-lhe as mãos.
Mia – Eu ainda o amo tanto, Sara.
Sara – Ele, também te ama muito, acredita, ele está tão arrependido.
Mia – Mas eu não sei Sara, eu sei que ele é teu irmão, mas do fundo do meu coração eu não sei se o vou conseguir perdoar.
Sara – Compreendo.
Mia – Eu queria esquecer tudo o que ele me disse, mas está tão difícil.
Sara – O tempo cura tudo Mia. Dá tempo ao tempo.
Mia – Vou seguir o teu conselho.
Sara – Lembra-te é de uma coisa, quando foi para ele escolher entre ficar contigo aqui em Portugal e voltar para Paris para perto da família, onde é que ele ficou?
Levantou-se, deu-lhe um beijo na testa e saiu.
Mia ficou estática perdida nos seus pensamentos.
Continua
Assim que a viu Dino empoleirou-se numa janela para a ver melhor. Lisa nem estava a acreditar.
Olhou para ela e ladrou. Mas desta vez o ladrar era diferente, era um ladrar mais calmo e não de desespero como os anteriores.
Lisa pagou e foi ter com ele.
Lisa – Que se passa Dino? Eu estou aqui, estou bem.
Dino não parava de a cheirar rodando sempre à sua volta. Cheirou os sacos que ela transportava, as suas roupas, os seus ténis…
Lisa – Tens fome?
O cão continuava a sua missão sempre a cheirá-la. Ao detectar um odor diferente rosnou ligeiramente.
Lisa – A rosnar-me?! Assim fico zangada contigo.
Começou a andar e deixou o cão para trás.
Mas ele não se preocupou. Lá foi ele sempre atrás dela.
Lisa olhou para trás.
Lisa – Assim está melhor. Vamos para casa, tenho de preparar o pequeno-almoço para o Pedro.
O Dino ladrou e abanou a cauda todo contente.
Lisa – Ele é o máximo não é?
Dino ladrou novamente.
Lisa – Concordo contigo.
Mia – Então?! – Fez uma pausa. - Pedes-me para não desligar e agora não dizes nada?
Manuel encheu o peito de ar.
Manuel – O meu amor por ti nunca vai acabar. – Parou e suspirou. – Só quero que me perdoes…
Mia – Agora é tarde Manuel… desculpa…
Manuel – Não me peças desculpa, eu é que o tenho de fazer…
Mia – Por favor não digas mais nada!
Manuel – Desculpa-me pelo o que te fiz sofrer… por não ter acreditado em ti… por ter duvidado do teu amor… por estas razões e por mais algumas… desculpa-me…
Mia reparou que Lino estava atento à conversa e os dois trocaram um olhar pelo espelho retrovisor.
Mia nada disse e Manuel continuou.
- Cometi um erro imperdoável. Senti-me a pior pessoa diante da tua tristeza, pois sabia muito bem que era tudo por minha culpa, minha grande culpa… As minhas palavras magoaram-te.
Mia nem sabia o que dizer, as palavras proferidas por ele não lhe eram indiferentes, o seu coração batia descontroladamente.
- Perdoa-me amor.
Mia encheu-se de coragem – As coisas não são assim tão fáceis.
Manuel – Eu sei… Se eu pudesse Mia, estava neste momento de
joelhos aos teus pés a implorar-te o meu perdão. – Mia deixou cair uma lágrima, pois lembrou-se do estado em que o encontrou a primeira vez que o foi ver ao hospital. - Quero mudar toda a nossa história e quero mostrar-te que mudei.
Mia manteve-se calada, por mais que quisesse dizer alguma coisa as palavras não estavam a colaborar.
Manuel – Diz alguma coisa Mia não me estejas só a ouvir, eu sei que tens muito a me dizer, mas antes disso quero que saibas que te Amo. Pensa
em tudo que já passamos juntos, todos os momentos alegres e até mesmo aqueles momentos que fizeram cair lágrimas dos nossos corações.
Mia – Eu preciso de pensar Manuel, a sério, que preciso.
Manuel – Perdoa-me, por favor! – Nesta altura também Manuel deixou cair uma lágrima.
Mia – Eu até te posso perdoar…
Manuel fez um sorriso tímido. O que acabara de ouvir era música para os seus ouvidos. – Mia!
Mia – Ao te perdoar, não quer dizer que volte para ti.
Instantaneamente Manuel mudou de um sorriso tímido para uma expressão de desilusão.
Ouve um silêncio das duas partes, neste momento nenhum dos dois tinha coragem para dizer alguma coisa.
Sem saberem como desligaram o telemóvel ao mesmo tempo.
Manuel sozinho no quarto do hospital chorava desalmadamente.
Mia também o fazia. Lino olhou para ela e passou-lhe um lenço. Nem uma palavra trocaram, não era necessário.
Assim que chegou a casa de Pedro este e Tomás estavam na sala a conversar animadamente.
Pedro assim que a viu foi ao seu encontro.
Pedro – Onde foste? – Disse ao mesmo tempo que a agarrava e lhe dava um beijo na bochecha.
Lisa – Ao supermercado comprar umas coisas, vou prepara-te um pequeno-almoço especial.
Tomás riu. – Nunca imaginei que soubesses cozinhar.
Lisa – Ainda não sabes tu da missa a metade. Sou um verdadeiro ás da culinária.
Os três riram.
Lisa – A Elsa e o Marco?
Pedro – Eles já saíram foram para a instituição.
Lisa – Ainda bem, ela vai adorar.
Com os sacos na mão começou a andar na direcção da cozinha.
Sem olhar para trás chamou Tomás.
Lisa – Tomás, sabes quem eu vi?
Tomás ficou com uma cara intrigada. – Quem?
Lisa – A professora Irene.
Tomás deu um grito. – Aqui perto?! Será que essa doida me seguiu?!
Lisa fez um sorriso silencioso. – Esta é para aprenderes!
Lisa – Muito perto daqui, mesmo muito perto!
Tomás sentou-se no sofá com as mãos na cabeça. – Oh, não estou perdido!
Mia chegou a casa. Sara estava à sua espera preocupada.
Sara – Então Mia, estás bem?
Mia – Sim estou. – Trocaram um abraço.
Sara – Onde estiveste?
Mia – Passei a noite em casa do Pedro. Sabes quem é?
Sara – O namorado da Lisa?
Mia – Esse mesmo.
Sara – Mas passou-se alguma coisa? Posso ajudar?
Mia deu-lhe a mão. – Anda vamos para o meu quarto, lá falamos melhor.
Sara – Ok.
Assim que entraram sentaram-se as duas na cama.
Mia começou a contar tudo, a sua visita ao hospital (Nessa altura Sara sorriu, afinal o irmão tinha razão), a perseguição que tinha sido vitima, o suposto ataque do cão, a descoberta de quem a tinha seguido e por último o telefonema de Manuel.
Sara só conseguia abrir a boca em sinal de espanto.
Sara – Mas que noite e que principio de dia! – Suspirou como se tivesse feito uma maratona.
Mia – A quem o dizes!
Sara – Mas a parte melhor foi a primeira e a última confessa lá…
Mia olhou para ela. Agarrou-lhe as mãos.
Mia – Eu ainda o amo tanto, Sara.
Sara – Ele, também te ama muito, acredita, ele está tão arrependido.
Mia – Mas eu não sei Sara, eu sei que ele é teu irmão, mas do fundo do meu coração eu não sei se o vou conseguir perdoar.
Sara – Compreendo.
Mia – Eu queria esquecer tudo o que ele me disse, mas está tão difícil.
Sara – O tempo cura tudo Mia. Dá tempo ao tempo.
Mia – Vou seguir o teu conselho.
Sara – Lembra-te é de uma coisa, quando foi para ele escolher entre ficar contigo aqui em Portugal e voltar para Paris para perto da família, onde é que ele ficou?
Levantou-se, deu-lhe um beijo na testa e saiu.
Mia ficou estática perdida nos seus pensamentos.
Continua
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