O telemóvel cai, parece uma eternidade, ele ergue a cabeça, olha para ela, levanta-se, num flash está ao seu lado, ela está de costas para ele, não diz nada mantém-se inexpressiva, ele volta-a para ele, os olhos dela brilham…
Manel (agarra-a nos ombros) – Mia, Mia, que se passa? (bastaram aquelas palavras, as lágrimas começaram a cair em catadupa, leva as mãos à cara, deixa-se de cair, ele tenta ampara-la na queda, acabam os dois no chão, Mia soluça intensamente agarra-se desesperada a Manel, chora no seu ombro, Manel tenta conforta-la atormentado, aperta-a com força nos seus braços, Mia chora com mais intensidade, grita de dor, grita de desespero, grita de tristeza, grita de revolta, levanta-se desorientada, dá voltas sem destino pela quarto, limpa as lágrimas, chora, Manel observa-a, Mia soluça, leva as mãos à cabeça, volta atrás, olha-se ao espelho, apoia-se na cómoda, chora cabisbaixa, ajoelha-se lentamente, Manel vai em seu auxílio, ela deixa-se ficar a chorar no seu colo. Depois da fúria a apatia, Manel faz-lhe festas no cabelo, ela respira sofregamente, ele apoia-a nos seus braços e levanta-se com cuidado, transporta-a carinhosamente até à cama, deita-a, dá-lhe um beijo na face.
Manel (apanha o telemóvel do chão, liga para o número da última chamada) – Estou, Kika… Olá, é o Manel! Sim, eu sei que é estranho (…) Sim, estou com a Mia! (…) Kika, ouve-me! Que disseste à Mia? Kika, a fungares assim não te percebo (….) Kika, que se passou? (…) Não? (volta-se para Mia, observa-a ternamente) Não pode ser? O Lino? Como é que aconteceu? (leva a mão à cabeça) Quando é o funeral? (…) O Lino?! Ainda nem acredito! (…) A Mia? Agora está totalmente apagada na cama, está um pouco em choque! (…) Não, não precisas de vir! (…) Não, eu acompanho a Mia (…) (baixa o tom de voz) Apesar de tudo Kika, sabes que eu a amo… E não a suporto ver assim! (…) Não tinha assim tanta a certeza (…) Porque dizes isso? (…) Ela veio a Paris para vir ao desfile, não para vir ter comigo! (…) Ok, não é altura para isso! (…) Vá, depois falamos!
Manel (aproxima-se de Mia) – Mia, tens de ser forte! (ela nem se mexe) Mia, o Lino não te ia gostar de ver assim. (Mia olha para ele com um misto de tristeza e revolta) Vá, tens de te preparar… Tens de ir para Portugal! (ninguém disse nada por uns minutos)
Manel levanta-se, tira a mala do armário e cuidadosamente começa arrumar as roupas lá dentro, esboça um sorriso, sente saudades de quando eles faziam a mala juntos, sabia todos os caprichos dela, exactamente como ela gosta de cada coisa, segue para o fim de semana, arruma-o, entre umas idas e vindas da casa de banho.
Manel (agarra-lhe na mão) - Mia, sei que dói menos fingir que é tudo um pesadelo, mas não podes ficar nessa apatia para sempre! (toc toc toc) Vamos Mia, já vem buscar as tuas malas, está no hora de ir apanhar o avião! (Mia fita-o com olhar vazio, sem alma, ele teme aquele olhar, mais que ninguém ele sabia que a força da Mia era visível ali, mas naquele olhar, não havia força, não havia garra, não havia nada)
O empregado pega nas malas e sai, Manel com alguma dificuldade levanta-a e obriga-a a caminhar a seu lado. À saída do hotel os flash’s não param, as notícias espalham-se depressa, todos os tabloid’s queriam ter o prazer de apresentar a capa com a herdeira Rossi desfeita. Manel protege-a o melhor que pode, mas inevitavelmente é reconhecido, Manuel Guerreiro, um nome promissor da música luso-francófona, os flash’s não param, mas nem assim Mia reagia.
Senta-se no carro, Manel fecha-lhe a porta e ela imediatamente se deixa abater sobre a mesma, Manel entra pelo outro lado, viajam alguns minutos…
Mia (observa atenta a paisagem, murmura) – O aeroporto é para o outro lado…
Manel (volta-se surpreso, mas feliz) – Sim, eu sei! (baixa o olhar) Mas vou buscar umas coisas a casa antes de irmos de viagem…
Mia (olha-o, sente um arrepio, os olhos dela brilham) – Irmos?!
Manel (agarra-lhe na mão) – Sim, irmos… (sorri-lhe) Eu nunca te deixaria sozinha! (Mia disfarça um sorriso, o primeiro sinal de vida das últimas horas, sem dizer nada, volta a observar a paisagem)
algo que escrevi algum tempo... espero que gostem!
Manel (agarra-a nos ombros) – Mia, Mia, que se passa? (bastaram aquelas palavras, as lágrimas começaram a cair em catadupa, leva as mãos à cara, deixa-se de cair, ele tenta ampara-la na queda, acabam os dois no chão, Mia soluça intensamente agarra-se desesperada a Manel, chora no seu ombro, Manel tenta conforta-la atormentado, aperta-a com força nos seus braços, Mia chora com mais intensidade, grita de dor, grita de desespero, grita de tristeza, grita de revolta, levanta-se desorientada, dá voltas sem destino pela quarto, limpa as lágrimas, chora, Manel observa-a, Mia soluça, leva as mãos à cabeça, volta atrás, olha-se ao espelho, apoia-se na cómoda, chora cabisbaixa, ajoelha-se lentamente, Manel vai em seu auxílio, ela deixa-se ficar a chorar no seu colo. Depois da fúria a apatia, Manel faz-lhe festas no cabelo, ela respira sofregamente, ele apoia-a nos seus braços e levanta-se com cuidado, transporta-a carinhosamente até à cama, deita-a, dá-lhe um beijo na face.
Manel (apanha o telemóvel do chão, liga para o número da última chamada) – Estou, Kika… Olá, é o Manel! Sim, eu sei que é estranho (…) Sim, estou com a Mia! (…) Kika, ouve-me! Que disseste à Mia? Kika, a fungares assim não te percebo (….) Kika, que se passou? (…) Não? (volta-se para Mia, observa-a ternamente) Não pode ser? O Lino? Como é que aconteceu? (leva a mão à cabeça) Quando é o funeral? (…) O Lino?! Ainda nem acredito! (…) A Mia? Agora está totalmente apagada na cama, está um pouco em choque! (…) Não, não precisas de vir! (…) Não, eu acompanho a Mia (…) (baixa o tom de voz) Apesar de tudo Kika, sabes que eu a amo… E não a suporto ver assim! (…) Não tinha assim tanta a certeza (…) Porque dizes isso? (…) Ela veio a Paris para vir ao desfile, não para vir ter comigo! (…) Ok, não é altura para isso! (…) Vá, depois falamos!
Manel (aproxima-se de Mia) – Mia, tens de ser forte! (ela nem se mexe) Mia, o Lino não te ia gostar de ver assim. (Mia olha para ele com um misto de tristeza e revolta) Vá, tens de te preparar… Tens de ir para Portugal! (ninguém disse nada por uns minutos)
Manel levanta-se, tira a mala do armário e cuidadosamente começa arrumar as roupas lá dentro, esboça um sorriso, sente saudades de quando eles faziam a mala juntos, sabia todos os caprichos dela, exactamente como ela gosta de cada coisa, segue para o fim de semana, arruma-o, entre umas idas e vindas da casa de banho.
Manel (agarra-lhe na mão) - Mia, sei que dói menos fingir que é tudo um pesadelo, mas não podes ficar nessa apatia para sempre! (toc toc toc) Vamos Mia, já vem buscar as tuas malas, está no hora de ir apanhar o avião! (Mia fita-o com olhar vazio, sem alma, ele teme aquele olhar, mais que ninguém ele sabia que a força da Mia era visível ali, mas naquele olhar, não havia força, não havia garra, não havia nada)
O empregado pega nas malas e sai, Manel com alguma dificuldade levanta-a e obriga-a a caminhar a seu lado. À saída do hotel os flash’s não param, as notícias espalham-se depressa, todos os tabloid’s queriam ter o prazer de apresentar a capa com a herdeira Rossi desfeita. Manel protege-a o melhor que pode, mas inevitavelmente é reconhecido, Manuel Guerreiro, um nome promissor da música luso-francófona, os flash’s não param, mas nem assim Mia reagia.
Senta-se no carro, Manel fecha-lhe a porta e ela imediatamente se deixa abater sobre a mesma, Manel entra pelo outro lado, viajam alguns minutos…
Mia (observa atenta a paisagem, murmura) – O aeroporto é para o outro lado…
Manel (volta-se surpreso, mas feliz) – Sim, eu sei! (baixa o olhar) Mas vou buscar umas coisas a casa antes de irmos de viagem…
Mia (olha-o, sente um arrepio, os olhos dela brilham) – Irmos?!
Manel (agarra-lhe na mão) – Sim, irmos… (sorri-lhe) Eu nunca te deixaria sozinha! (Mia disfarça um sorriso, o primeiro sinal de vida das últimas horas, sem dizer nada, volta a observar a paisagem)
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